A greve por tempo indeterminado dos agentes da Polícia Civil
e dos funcionários do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) está
prejudicando quem precisa resolver problemas relacionados à documentação,
Boletim de Ocorrência, inquéritos policiais, investigações, perícias e outros
serviços de competência das duas instituições, que disponibilizam apenas alguns
tipos de flagrantes em todo o Estado.
Na semana passada, os grevistas realizaram manifestações na
capital e em Mossoró, tentando sensibilizar o Governo a atender suas
reivindicações. Em Mossoró, por exemplo, as Delegacias estão fechadas, se
concentrando apenas o atendimento na sede da Delegacia Regional de Polícia
Civil, localizada no Alto de São Manoel, onde também funciona o Plantão de
Polícia.
A orientação de fechar as portas das delegacias partiu do
próprio comando da Polícia Civil, para preservar a segurança dos delegados e da
própria DP. "Com os policiais em greve fomos orientados a transferir o
atendimento para a sede da DP Regional, uma vez que todos os agentes e
escrivães estão parados e apenas o delegado fica no local, para não correr
risco por parte da bandidagem, é mais prudente trancarmos as portas e retirar
para um lugar seguro todas as coisas importantes", disse um delegado.
Para o delegado, mesmo transferindo o atendimento para a DP
Regional, a população sai prejudicada, devido estarem suspensas todas as
atividades, ficando apenas os flagrantes de homicídios e de estupro.
O delegado Roberto Moura, titular da Delegacia Especializada
em Homicídios (Dehom), disse que com a greve dos agentes e escrivães, 104
inquéritos policiais estão parados na especializada, por falta de pessoal para
dar prosseguimento ao trabalho investigativo.
"Infelizmente a realidade é essa e contra a atual
situação não podemos fazer nada. Só nos resta esperar que o movimento grevista
termine para continuar a maratona de trabalho que já vínhamos
desenvolvendo", destacou o delegado.
A reportagem do O Mossoroense apurou que atualmente em Mossoró
existem 500 inquéritos parado nas delegacias.
População reclama com a falta de serviços da Polícia Civil e Itep
Desde que foi deflagrada a greve da Polícia Civil e Itep, o
mais prejudicado com tudo isso é a população que fica sem os serviços básicos.
Diante da situação, a população reclama pela falta dos serviços.
O caminhoneiro Marcos Aparecido Santos, natural e residente
em Santa Catarina, teve seu caminhão violado pelos bandidos quando dormia em um
posto de combustíveis na avenida Jeremias da Rocha. Os ladrões levaram seus
pertences, documentos pessoais e do caminhão.
"Procurei uma DP para prestar queixa, mas não fui
atendido sob alegação de greve. Para voltar ao meu Estado vou ter que mandar
vir outro motorista da empresa, com a segunda via do documento do caminhão,
porque sem documento do veículo e o meu não posso dirigir", disse.
O estudante Maxwell Dantas, residente na região do Alto
Oeste potiguar, passou em um concurso público na Paraíba e precisou de um
atestado de bons antecedentes para tomar posse no cargo. O documento é expedido
pelo Itep e devido à greve ele voltou para o seu município sem levar o
atestado.
"Não sei como vai ser para tomar posse no novo emprego.
O atestado exigido no edital de convocação não pode ser expedido pelo
Itep", disse.
No Itep, de acordo com a direção, estão funcionando apenas
flagrante de homicídio, estupro e recolhimento de cadáveres.
Policiais e servidores do Itep fizeram caravana de Natal a Mossoró
Os grevistas da Polícia Civil e Itep de Natal realizaram uma
caravana para Mossoró na sexta-feira (16), onde fizeram atos de manifestações
em parceria com os servidores locais. Em cinco ônibus fretados, os grevistas
chegaram a Mossoró para externarem à população suas reivindicações e revoltas
com o atual quadro que o Governo e categoria tem se comportado em lados
opostos.
Segundo informações repassadas pela direção do Sindicato dos
Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol/RN), a intenção
da categoria é chamar a atenção para suas lutas e necessidade de cobrança
popular ao Governo do Estado.
"Na quinta-feira passada nós estivemos na Assembleia
Legislativa, onde recebemos apoio dos deputados, que falaram sobre os problemas
das categorias, além de se comprometerem a formar uma comissão parlamentar para
intermediar as negociações com o Governo do Estado", explicou Djair Oliveira,
presidente do Sinpol.
Ainda de conformidade com o Sinpol, a vinda a Mossoró foi
para dar apoio ao movimento local e explicar à população as razões da greve.
"A categoria (Polícia Civil e Itep) não pode ser massacrada pelos
desatinos de um governo que não tem compromisso com o povo", concluiu.
Fonte: O Mossoroense
Postado em: 18/08/13
Fonte: O Mossoroense
Postado em: 18/08/13
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