Sargento, que está preso em Benfica, foi autuado por
homicídio doloso
RIO — O sargento da Polícia Militar Márcio Perez de
Oliveira, de 36 anos, confessou na Divisão de Homicídios (DH) ter atirado no
estudante Rafael Costa, de 16 anos, na noite deste domingo, em Cordovil, na
Zona Norte do Rio. O jovem dirigia, sem habilitação, o carro da mãe quando foi
assassinado com um tiro de fuzil no pescoço ao passar pela Estrada Porto Velho.
O policial foi autuado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O sargento está preso no Batalhão Especial Prisional (BEP),
em Benfica. Segundo a PM, ele estava com outros sete policiais, em dois carros,
fazendo patrulhamento de rotina. No carro que Rafael dirigia, um Fiat Idea,
estavam ainda outras quatro pessoas: dois irmãos, Raoni, de 17 anos, e Robson,
de 19; e mais dois amigos. Quando o veículo passou na altura do número 4 da
Estrada Porto Velho, o pneu do carro estourou, o que teria feito com que os
policiais confundissem o barulho com o de tiros.
Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito
para investigar o crime. Dez pessoas já foram ouvidas na DH. Todos as armas dos
policiais que estavam no local foram apreendidas. De acordo com o delegado
Rivaldo Barbosa, titular da DH, as investigações continuam em andamento para
finalização dos laudos periciais. O delegado prefere, no momento, não se
pronunciar sobre o caso para não atrapalhar as investigações.
Já o comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho,
lamentou a morte de Rafael.
— É lamentável um fato como este. Os policiais só devem
atirar quando há segurança. Eles têm que preservar a vida — afirmou o
comandante, acrescentando que os policiais preservaram o local e aguardaram a
chegada da Polícia Civil.
O pai de Rafael, Walmir Miguel da Silva, de 56 anos, disse
que agentes mexeram no ferimento no pescoço do adolescente e tentaram remover o
corpo do local, alegando que Rafael estaria com vida. Ele afirmou, ainda, que
os policiais debocharam da família no momento em que ele chegou ao local.
— Esses policiais vão ter que conviver para o resto da vida
com a culpa de ter destruído uma família — disse o pai.
Walmir contou que Rafael era lutador de muay thai e sonhava
em fazer prova para o Corpo de Bombeiros, além de seguir carreira como lutador.
O adolescente será enterrado na tarde desta segunda-feira, 16h no Cemitério de
Irajá, na Zona Norte.
Fonte: O Globo
Postado em: 29/10/2012
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