Rio de Janeiro - Quase 46 milhões de brasileiros têm algum
tipo de deficiência: mental, motora, visual ou auditiva. Esse número
corresponde a 24% da população total do país. Embora 95% das crianças com
deficiência com idades entre 6 e 14 anos estejam na escola, patamar bem próximo
ao verificado entre as pessoas sem nenhuma das deficiências investigadas (97%),
outros indicadores, como grau de instrução e posição no mercado de trabalho,
revelam uma situação menos favorável dos brasileiros que têm algum tipo de
deficiência.
A constatação faz parte do Censo Demográfico 2010 –
Características Gerais da População, Religião e Pessoas com Deficiência,
divulgado hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
De acordo com o levantamento, enquanto 61,1% da população de
15 anos ou mais com deficiência não tinham instrução ou cursaram apenas o
fundamental incompleto, esse percentual era de 38,2% para as pessoas dessa
faixa etária que declararam não ter nenhuma das deficiências investigadas, representando
uma diferença de 22,9 pontos percentuais.
No que se refere ao rendimento, o estudo aponta que 46,4%
das pessoas ocupadas, com 10 anos ou mais de idade, entre os que têm
deficiência, ganhavam até um salário mínimo ou não tinham rendimento. Já entre
a população sem qualquer deficiência, essa era a realidade de 37,1%, o que
indica uma diferença de mais de 9 pontos percentuais entre os dois grupos.
Segundo a coordenadora do Comitê do Censo Demográfico do
IBGE, Andréa Borges, o levantamento aponta que para corrigir essas distorções
são necessárias políticas públicas mais fortes que incentivem essa parcela da
população a aumentar seu grau de instrução, o que interfere diretamente nos
níveis de rendimento.
“Os dados revelam que a maioria das pessoas que têm
deficiência está concentrada em níveis de instrução e de rendimento muito
baixos. Já existem políticas públicas nesse sentido, mas elas podem ser
melhoradas para que haja maior incentivo para que essa parcela de brasileiros
não pare de estudar ao concluir o ensino fundamental, mas que vá adiante.
Enquanto 10,4% dos que não têm deficiência tem [ensino] superior completo,
apenas 6,7% das pessoas com deficiência estão nesse patamar”, ressaltou.
O levantamento aponta ainda que, em 2010, a população ocupada
com pelo uma das deficiências investigadas representava 23,6% (20,3 milhões) do
total ocupado (86,3 milhões) no país. Além disso, mais da metade (53,8%) dos 44
milhões de pessoas com deficiência em idade ativa (10 anos ou mais) estava
desocupada ou não era economicamente ativa.
Em relação ao total da população desocupada ou não
economicamente ativa, que somava 75,6 milhões em 2010, as pessoas com
deficiência representavam 31,3%.
O documento constatou também que a maioria das pessoas com
deficiência ocupadas era empregada com carteira assinada (40,2%), uma diferença
de 9 pontos percentuais em relação à população sem nenhuma das deficiências
investigadas (49,2%).
Já os percentuais de trabalhadores com deficiência
classificados nas categorias por conta própria (27,4%), sem carteira (22,5%),
militares e funcionários públicos estatutários (5,9%) e não remunerados (2,2%)
são maiores do que na população sem deficiência (20,8%, 20,6% e 5,5%; 1,7%,
respectivamente). Na categoria empregador, há uma diferença de 0,3 ponto
percentual entre a população sem (2,1%) e com (1,8%) deficiência.
Fonte: Agência Brasil
Postado em: 29/06/2012 às 10:31
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