A investigação dos
assassinatos de policiais tem revelado uma prática usada pelo crime organizado
no estado de São Paulo.
Em São Paulo, a prisão de dois assassinos confessos revelou
que os criminosos matam policiais para saldar dívidas com as quadrilhas.
Uma vida por R$ 10 mil. Em depoimento, Jeferson Luiz de
Miranda confessou que foi esse o valor do assassinato do investigador João
Antônio Pires, no dia 5 de outubro, em Juquitiba, na Grande São Paulo. O crime
foi na porta de um supermercado. Jeferson chegou na garupa e fez vários
disparos. Mesmo atingido, o investigador correu para se proteger. Jeferson o
seguiu e continuou atirando, mesmo com a vítima no chão.
"Execução covarde e difícil de entender. Foram
disparados 16 tiros", diz o delegado Josimar Ferreira de Oliveira.
Segundo a polícia, o piloto da moto era Valmir Fernandes,
que já está na cadeia. Jeferson foi preso nesta quinta, no litoral paulista.
Ele contou que não conhecia o policial. Matou para ter uma dívida perdoada pela
facção que comanda o crime de dentro dos presídios. "Tinha dez dias para
fazer isso. Onde que eu não fiz em dez dias, aí me deram 24 horas para
fazer", contou ele.
A investigação dos assassinatos de policiais tem revelado
uma prática usada pelo crime organizado no estado de São Paulo. Entre quarta e
quinta, dois criminosos fizeram confissões semelhantes. Mataram para pagar
dívidas com uma facção criminosa. Escutas telefônicas revelaram que Leandro
Rafael Pereira da Silva, o Léo Gordo, recrutava assassinos para executar cinco
policiais militares.
“Como eles não conseguiram, dentro desses 10 dias, foi dada
uma prorrogação para ele que se expirava agora no final do mês", detalhe o
delegado Celso Marchiori
Léo Gordo confessou a morte de um PM. “Só foi o da região do
Campo Limpo”, relatou.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o PM era o
soldado Flávio Adriano do Carmo, morto com dois tiros no mês passado. Da noite
desta quarta para esta quinta, mais oito pessoas foram executadas na região metropolitana
de São Paulo, e 17 ficaram feridas. Entre elas, dois PMs e um policial civil
que estavam de folga.
Em até quatro dias começa o combate intensivo contra a
entrada de drogas e armas no estado, segundo o governador Geraldo Alckmin
(PSDB). Os locais das operações foram definidos em conjunto pelas polícias
civil e federal. O governador também ressaltou que a taxa de homicídios em São
Paulo é a mais baixa do país em mortos por 100 mil habitantes.
“A região metropolitana é a terceira maior metrópole do mundo.
Tem 22 milhões de pessoas.
Então é preciso dar o devido, se não se cria uma situação
muito injusta, quase que uma campanha contra São Paulo. E não possível fazer
isso e ainda criar uma situação de pânico na população", falou o
governador.
Na Avenida Paulista, parentes e amigos de policiais
militares mortos fizeram uma manifestação. Eles trouxeram dezenas de cruzes que
simbolizavam os 92 policias assassinados no estado de São Paulo este ano.
Fonte: G1
Postado em: 15/11/2012 às 21:31
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