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domingo, 11 de agosto de 2013

CONTRARIANDO MARCA NACIONAL, TRÂNSITO EM MOSSORÓ MATA MENOS QUE HOMICÍDIOS

Contrariando estatísticas nacionais de acidentes de trânsito, que tem matado mais gente do que assassinatos ou conflitos armados, a cidade de Mossoró tem contabilizado dezenas de acidentes, somente este ano, sendo a sua maioria devido à imprudência dos motociclistas.
De acordo com informações oficiais obtidas junto ao Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), no trânsito de Mossoró este ano já morreram 40 pessoas, número bem inferior aos homicídios que já contabilizam 114 mortes provocadas por armas de fogo ou armas brancas.
Com a superação das mortes por homicídios sobre os acidentes de trânsito, de acordo com o delegado José Vieira Castro, que além de comandar uma Delegacia de Polícia especializada, responde aos finais de semana pela DP de Plantão, o número de acidentes ainda é muito grande e precisa ser reduzido ainda mais.
"Não é que os acidentes sejam poucos e os homicídios muito. Os dois são muitos. Para se ter uma ideia, nos setes primeiros meses deste ano a cidade de Mossoró contabilizou 5,7 mortes por acidentes e apesar de uma frota de veículos bastante elevada, mesmo assim, precisa ser feito um trabalho de redução de acidentes", explicou o delegado.
Para José Vieira, a imprudência dos condutores de veículos, em especial os motoqueiros, são os principais motivos dos acidentes fatais e de lesões graves, que ocorrem no trânsito mossoroense. "As motos são conduzidas, na maioria das vezes, por pessoas não habilitadas, que não têm noção nenhum de trânsito e por essa circunstância acaba provocando inúmeros acidentes", disse.
A maioria dos motoristas também não respeita as leis do trânsito e faz de seus veículos máquinas de matar, como o que aconteceu no dia 1º de maio deste ano, quando o aposentado João Afonso de Azevedo, 80, que residia no conjunto Abolição II, foi atropelado e morto por um veículo automotor quando atravessava a avenida Abel Coelho, próximo a sua residência.
Familiares do aposentado contaram que ele costumava caminhar todas as manhãs e quando realizava seu percurso matinal, foi atropelado violentamente por uma caminhonete Hillux, em alta velocidade, que nem prestou socorro à vítima.
"O corpo do aposentado foi arremessado a mais de 20 metros do ponto do impacto, o que indica que o motorista atropelador praticava velocidade acima do permitido no local. O motorista também não parou para prestar socorro e fugiu", contou um policial do Departamento de Polícia Rodoviária Estadual (DPRE), que atendeu a ocorrência. 

JUSTIÇA

Três meses após a morte do aposentado, uma neta da vítima, que não quis ser identificada, contou que o veículo atropelador e o motorista nunca foram identificados e a família, além da dor da saudade, tem que amargar a impunidade. "Sabe como é um sentimento de revolta? É o que nossa família está sentindo com a morte do meu avô, que depois de ter trabalhado honestamente a vida inteira, não pôde ter uma velhice em paz e ter sido assassinado desta forma. Pois quem dirige um carro em alta velocidade dentro de um trânsito como o de Mossoró, está querendo matar alguém. Só queremos que justiça seja feita", disse a estudante. 

Dados oficiais do Itep apontam que maioria das mortes no trânsito é causada por motocicletas 

Levantamentos oficiais obtidos junto ao Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) apontam que a maioria das mortes ocorridas no trânsito em Mossoró, este ano, foram provocadas por motocicletas.
De acordo com o Itep, das 40 mortes, 90% envolveram motos, em especial motonetas que circulam sem que os condutores precisem ser habilitados para pilotar. Em sua maioria, as motonetas são pilotadas por menores que não têm nenhuma noção de trânsito e com isso acabam provocando imprudências, algumas delas resultando em mortes. Tem que haver uma medida urgente na legislação para coibir esse tipo de abuso", destacou o cabo Magno, que trabalha no policiamento de trânsito.
Para o militar, a Polícia de Trânsito tem feito sua parte, coibindo os menores de pilotar motocicletas, no entanto ele destaca que os pais têm que fazer sua parte e evitar entregar veículo aos filhos menores.
"Nós fazemos a parte repressiva e educativa, porém não é só o policiamento do trânsito que precisa atuar. Os pais têm que contribuir, só liberando o veículo quando o filho for maior de idade e tiver habilitação, porém sei que isto é muito difícil de acontecer", concluiu Magno. 

O Brasil é um dos países que matam mais no trânsito, segundo pesquisa 

A revista Veja trouxe na semana passada uma reportagem especial com o título de "Assassinos ao volante", apresentando as novas estatísticas de violência no trânsito e evidenciando o atraso do Brasil em relação à questão.
Enquanto na Alemanha as mortes em acidentes de trânsito caíram 81% nos últimos quarenta anos e o governo tem como meta fechar um ano inteiro sem nenhuma vítima fatal, no Brasil, em 2012, foram registrados mais de 60 mil mortos e mais de 350 mil casos de invalidez permanente, de acordo com números do Seguro DPVAT.
O Ipea estima que o prejuízo com acidentes de trânsito no Brasil chegue a 40 bilhões de reais anualmente, contabilizadas despesas hospitalares, danos ao patrimônio, benefícios previdenciários pagos a vítimas e a dependentes e perda do potencial econômico de cidadãos no auge de sua produtividade.

Para se ter uma ideia, o trânsito no Brasil mata mais do que muitas guerras e o fator principal para os acidentes são as imprudências seguidas da impunidade.

Fonte: O Mossoroense
Postado em: 11/08/13

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