Os dados obtidos com a Polícia Militar e o Instituto Técnico
e Científico de Polícia (Itep) apontam que mesmo com ações ostensivas das
polícias e projetos de contenção ao crime as mortes continuam acontecendo em
vários bairros da cidade e em algumas comunidades rurais.
Segundo registros, este ano já foram 148 pessoas mortas,
estimando uma média de 1,9 assassinato por dia. Com isso, as polícias militar e
civil, mesmo realizando operações com bastante frequência, têm se deparado com
muitos crimes e alguns deles de difícil elucidação.
Para se ter uma ideia, as mortes violentas do ano passado
somaram 141. A violência desencadeada na cidade, de acordo com a polícia, tem
sua maioria motivada pelo tráfico de drogas e brigas envolvendo grupos rivais.
Os crimes, em sua maioria, são cometidos por duplas de moto, que chegam e
executam seus desafetos.
Uma das últimas vítimas da violência aconteceu na madrugada
da última sexta-feira (18), quando Josiran Pereira dos Santos, 19, foi
executado a tiros dentro de sua casa e na frente da sua mãe, em uma vila
localizada na rua Pedro Rodrigues da Silva, próximo à Escola Raimundo Gurgel,
no Alto do Xerém.
Segundo a PM, por volta das 4h30, dois elementos encapuzados
invadiram uma casa vizinha à residência da vítima e quando perceberam o erro
voltaram, se dirigiram à casa da frente, quebraram a porta dianteira e, se
passando por policiais, executaram o rapaz com um disparo de escopeta calibre
12, no pescoço.
Josiran Pereira morreu dentro de casa, onde dormia com a
mãe, que presenciou toda a cena. O rapaz já tinha passagem por delegacias, por
porte ilegal de arma de fogo e era suspeito de um homicídio no bairro.
O delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da Delegacia
Regional de Polícia Civil de Mossoró, disse que essa modalidade de crimes, onde
os elementos invadem as casas e executam as vítimas, tem se tornado muito
comum, principalmente quando o crimes envolve vingança, brigas de gangues ou
mesmo acerto de contas.
'Essa prática de invadir as casas e eliminar as vítimas,
desprevenidas de destreza, tem se tornado muito comum ultimamente em Mossoró.
Os elementos surpreendem suas vítimas e em seguida vão embora sem serem
identificados", explicou o delegado.
Para Denys Carvalho, as mortes geralmente estão ligadas a
três fatores: vingança, tráfico de drogas e disputa por espaço. "São
crimes que ocorrem, principalmente, em localidades periféricas onde os bandidos
agem respaldados por seus grupos", concluiu.
Polícia Militar aposta em projeto cidadão para estancar violência nos bairros mossoroenses
Uma tentativa de coibir os homicídios são as constantes
blitze realizadas nos bairros e ruas da cidade. "Realizamos frequentemente
operações no sentido de combater as mortes e coibir o tráfico de drogas, que é
a motivação da maioria das mortes de Mossoró", destacou o tenente-coronel
Alvibá Gomes, comandante do 2º BPM, em recente entrevista ao O Mossoroense.
No dia 15 de agosto deste ano foi instalada no bairro Santo
Antônio, uma Base Integrada Cidadã (BIC), uma parceria da Polícia Militar com a
Guarda Municipal, para combater a violência na localidade. "Com a
implantação da BIC, colocamos os policiais 24 horas dentro do maior e mais
violento bairro, para estancar a grande quantidade de ocorrências violentas que
vinha se propagando pelas ruas e, graças ao trabalho desenvolvido pelos nossos
homens, estamos conseguindo êxito", destacou o tenente-coronel Alvibá
Gomes.
De acordo com Alvibá, com a chegada dos policiais da BIC
houve uma redução significativa, principalmente em confrontos armados entre
gangues rivais que disputam espaço no bairro.
"Os crimes diminuíram significativamente com a chegada
dos policiais. Não estou falando somente de homicídios, mas de um todo. Para se
ter uma ideia, antes da chegada da BIC, quase que diariamente havia tiroteio no
bairro Santo Antônio, hoje esses confrontos, que mataram pessoas inocentes,
estão acabados praticamente. Hoje o cidadão anda pelas ruas do bairro e não vê
mais aquelas turmas de desocupados reunidos nas esquinas", disse.
Ainda de acordo com Alvibá Gomes, diariamente 24 policiais
militares circulam pelas ruas do bairro, junto com homens da Guarda Municipal,
em uma área onde, aproximadamente, moram 43 mil pessoas. "Ainda temos
muito para fazer. Estamos no caminho certo e em breve outros bairros também
serão beneficiados com um posto da BIC", concluiu o comandante.
Fonte: O Mossoroense
Postado em: 20/10/2013
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